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16 outubro 2010

Os benefícios do cochilo

Estudo apresentado este ano por cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, aponta que cochilar por no máximo 30 minutos, entre 12h e 15h, melhora o rendimento no trabalho, na escola e nas tarefas diárias. Além disso, fortalece a capacidade de pensamento e de absorção de novas informações. No ambiente profissional, dormir brevemente após o almoço pode representar uma melhoria significativa na produtividade e na qualidade de vida do empregado. "Os cochilos diminuem a sonolência, melhorando consideravelmente o estado de alerta, o que melhora o desempenho no trabalho", explica a Dra. Frida Marina Fischer, presidente da Comissão Técnica de Organização do Trabalho da Anamt.

A especialista elaborou um artigo científico sobre o tema, no qual analisou as condições ambientais e organizacionais do cochilo e a sua importância durante o trabalho noturno entre profissionais de enfermagem. Entre outros benefícios, Fischer concluiu que, além de melhorar o estado de alerta durante o trabalho, o hábito pode contribuir para compensar a reduzida duração do sono noturno.

Já muito comum em países europeus, como a Espanha, a soneca está ganhando espaço nas empresas brasileiras, que começam a investir em ambientes chamados "cochilódromos", feitos especialmente para a prática. Recentemente, uma indústria de móveis de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, criou um cômodo amplo com 25 leitos, onde os funcionários podem descansar por até 45 minutos após o almoço.

Para as pessoas que trabalham no turno da noite ou em plantões longos, o cochilo auxilia a reduzir a fadiga e a sonolência. De acordo com Fischer, "usualmente sente-se muito sono durante a noite, quando estamos trabalhando num período em que deveríamos estar repousando". Dessa forma, mesmo no período noturno, a prática surte efeitos positivos para o profissional.

No entanto, os relatos das 20 participantes da pesquisa realizada pela médica do trabalho reforçam que, para que os benefícios dos cochilos sejam obtidos satisfatoriamente, também é importante que sejam implementadas condições adequadas para tal. Segundo elas, apesar da permissão para o cochilo, não havia espaço e poltronas disponíveis para todos na sala destinada ao descanso.

A sesta ao redor do mundo

Na Espanha, o hábito de cochilar após o almoço, chamado sesta (siesta), é uma instituição. Entretanto, causa estranheza aos estrangeiros a duração da hora do almoço. Em Barcelona, por exemplo, o intervalo pode ser de mais de duas horas, tempo em que o trabalhador volta para casa, almoça, descansa e retorna ao trabalho. Para equilibrar, é comum na região da Catalunha terminar o expediente depois das 20h. A prática espanhola também é encontrada em países da America Latina, China, Índia e Grécia, por exemplo.

Mas os benefícios do cochilo breve, com 15 a 30 minutos de duração, estão sendo comprovados na prática em diversas nações e têm recebido boa aceitação nos ambientes profissionais. Exemplo disso foi a ideia de uma empresa argentina de construir um "cochilódromo" no centro de Buenos Aires, em junho deste ano.

De acordo com um jornal brasileiro de grande circulação, o serviço disponibilizado pela companhia inclui massagens e chá para ajudar no relaxamento. O atendimento não é barato: cada sessão de 25 minutos de cochilo custa cerca de R$ 45, e os pacotes com massagem custam em torno de R$ 80.


Data: 15/10/2010 / Fonte: ANAMT

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