19 janeiro 2013

Simulados de Emergências - Escolhendo os Exercícios


A seleção do tipo de exercício e o alcance que este vai ter são dois fatores importantes do processo de validação de um plano de emergência e é necessário que sejam definidos antes de tentar testar uma parte do plano. Chamamos isto, comumente, de roteiro ou “script” do exercício. Da mesma forma que ocorre no cinema, um bom “script” garante um bom filme. No processo de validação do plano de emergência o “script” ou roteiro deve incluir o seguinte:

a) O cenário da emergência ou evento catastrófico
b) O alcance do exercício
c) Os objetivos do exercício
d) As expectativas
e) A parte específica do plano que se quer testar
f) Os critérios de medição

Existem vários tipos de exercícios. O selecionado tem que estar em harmonia com as políticas da empresa e os objetivos dos coordenadores do exercício. A seguir mencionamos
alguns dos mais utilizados.





Resposta de Emergência - Consiste em praticar os passos que devem ser seguidos imediatamente depois da notificação de uma emergência ou evento catastrófico. O exercício não deve interferir com as operações normais da empresa. O objetivo principal é avaliar o conhecimento que têm os empregados do plano de emergência em áreas importantes, tais como, identificação do tipo de emergência, procedimentos de evacuação, local de reunião e contagem de empregados, ativação do centro de comando, avaliação de danos, procedimento de notificação,etc.







Tático - Este é o método menos complexo e consiste em uma sessão de treinamento para praticar as tarefas individuais dos diversos grupos de trabalho. Devem participar os coordenadores das equipes, seus substitutos e o pessoal chave. O estilo da sessão deve ser o “participativo” e o objetivo principal é verificar que o plano não tenha erros nem omissões e que contenha a documentação necessária para o estabelecimento de um programa de manutenção. Dependendo do propósito do exercício, o cenário pode ser conhecido antes da sessão, de forma que os participantes tenham a oportunidade para revisar suas tarefas.





Simulações - é um método excelente para testar a parte operacional do plano. O exercício consiste de um cenário de emergência ou desastre que pode ser anunciado previamente ou ser uma surpresa para os participantes. Igual aos exercícios anteriores, as operações da empresa não devem ser interrompidas e por isso, às vezes, é mais conveniente fazer a simulação durante o fim de semana. Os participantes se apresentam no Centro Para a Administração de Emergências e Comunicações e recebem o exercício e as instruções do mesmo. Dai em diante, administrarão a “situação de emergência” e restabelecerão as operações da empresa aos mesmos níveis de serviço especificados no plano de emergência. A missão deve ser completada dentro do tempo estabelecido no exercício e utilizando os procedimentos e ferramentas oferecidos por seus coordenadores. O número de coordenadores dependerá do tamanho e complexidade da empresa e do número de empregados. Para que seja efetivo é usado o conceito de “tempo comprimido(ou reduzido)” e “tempo acelerado” onde uma hora de exercício eqüivale a 48 ou 72 horas de atividade. Ao final da simulação serão avaliados os resultados e feitas as mudanças correspondentes ao plano de emergência.



Operacional - Neste tipo de exercício seleciona-se uma área específica da empresa ou organização para praticar o plano de emergência. Consiste em transferir o pessoal daquela área para o lugar alternativo de operações e de lá conduzir o exercício. É muito efetivo para provar os sistemas de processamento eletrônico de dados, redes informáticas e telecomunicações, já que dele participa uma equipe escolhida de empregados e se testam apenas algumas das aplicações dos sistemas de backup.






Simulados ao vivo - Este exercício é o mais complicado e requer uma preparação cuidadosa e detalhada posto que dele participam serviços e organizações de fora da empresa. São avaliadas as respostas dos bombeiros, da polícia, unidades de resgate/salvamento e emergências médicas, dos hospitais, das equipes de proteção ambiental, etc. São validadas, também, tarefas, procedimentos, coordenação e a tomada de decisões. Embora a alta administração sempre deva ser informada dos exercícios que serão levados a cabo na empresa, no caso dos simulados ao vivo, é especialmente importante que estes o aprovem e dele participem. Assim se evitará problemas e a possibilidade da ocorrência de uma emergência real.




A decisão de anunciar ou não um exercício dependerá dos objetivos do mesmo. Se o que se quer é apresentar à empresa ou organização o processo e estabelecer parâmetros de rendimento (desempenho) para as fases de reassunção, recuperação e restauração, eles devem ser anunciados aos empregados. Se o objetivo é medir o nível de disposição da empresa para responder a uma emergência ou evento catastrófico, então deve-se optar por não anunciá-lo. Tanto em um como outro, os empregados devem saber que o programa de manutenção é política da empresa e que, em algum momento, o plano de emergência será praticado.


Os cenários de emergências e desastres devem ser desenvolvidos levando-se em conta os  objetivos do exercício. Os seguintes são exemplos que podem ser usados para desenvolver o cenário de um exercício:

a) Desastres naturais

b) Desastres provocados
c) Desastres tecnológicos

d) Perda total ou parcial das instalações
e) Pane elétrica
f) Destruição ou danos severos em equipamentos e maquinaria crítica
g) Greves e conflitos trabalhistas
h) Conflitos políticos e/ou militares
i) Desastres naturais e/ou provocados em locais de onde vêm materiais e provisões



O coordenador ou coordenadores do exercício prepararão um relatório escrito à alta administração avaliando o exercício e informando os resultados. Eles incluirão o alcance do exercício, objetivos, o número de participantes e duração.








Fonte: Manual de Emergência e Planejamento (Guzmán, Aurea V. e Neves, José Tarcisio de Carvalho)






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