Análise Ergonômica do Trabalho ou Laudo Ergonômico?
Hoje falaremos sobre meios de análise em ergonomia, mais especificamente a discussão sobre denominações para os meios de análise: Análise Ergonômica do Trabalho ou Laudo Ergonômico?
Ambas denominações são comuns no meio empresarial e causam inclusive confusões entre alguns profissionais que atuam na área. Começaremos por algumas constatações de nossa vivência prática.
A palavra “Laudo” denota resposta a um conjunto de questionamentos ou itens de conformidade ao qual se deve apresentar uma investigação e resposta (seja de solução ou de opinião). Nesse sentido teríamos no Laudo Ergonômico um documento que responde todas as questões ergonômicas relativas à uma situação de trabalho. Em partes, pois na prática não é o que se abserva habitualmente.
Um “Laudo” geralmente é solicitado mediante uma solicitação do auditor fiscal do trabalho, quando encontrada alguma irregularidade, alguma situação de não conformidade. Aproxima-se mais do sentido de perícia.
Obviamente que sempre que um laudo é solicitado espera-se respostas a todos os itens observados, mas não necessariamente todos os itens que circundam uma situação de trabalho, atributos da Análise Ergonômica do Trabalho (AET).
O termo Análise Ergonômica do Trabalho ou Estudo Ergonômico demanda maior aprofundamento nas questões gerais dos postos ou situações de trabalho. Em tese, é o estudo das condições de trabalho que se precisa efetivar para atendimento à NR 17.
Esse tipo de análise tem suas raízes nas escolas francesas e belga e compreende basicamente as etapas de:
Análise da demanda –> entendimento daquilo que se pretende com o estudo, o alcance da ação. Em geral nesta etapa, analisa-se os dados de afastamentos, doenças ocupacionais, queixas, jornada, análise do perfil da população trabalhadora entre outros;
Análise da tarefa –> a análise da tarefa, também conhecida por trabalho prescrito, é o estudo daquilo que a empresa projeta como ideal na situação de trabalho, incluindo suas normas e regras. Por meio desta análise avalia-se por exemplo as normas de produção, tempos de ciclo, indicadores de ruído, iluminação, temperatura, entre outros fatores. Em resumo, se avalia as condições oferecidas pela empresa aos trabalhadores;
Análise da atividade –> ponto central da análise ergonômica, busca compreender o trabalho como acontece de forma prática e recebe a denominação de trabalho real. Quanto maior o distanciamento entre tarefa e atividade, em geral maiores os custos e sofrimentos no trabalho. Nesta etapa, deve-se além de entender os riscos ergonômicos, qualificá-los e quantificá-los, conferindo um correto diagnóstico ergonômico;
Caderno de recomendações (encargos) –> como fase final do estudo projeta-se o caderno de recomendações, que compreende o plano de ação para correções das situações anormais verificadas. É de suma importância atribuir um plano real, dentro das condições prioritárias de mudança e que traga benefícios efetivos e progressivos.
Existem muitas formas e modelos de laudo ergonômico ou análise ergonômica do trabalho. Entretanto, a melhor maneira de promover transformações no ambiente de trabalho é compreendê-lo em sua excência e trazer para junto do estudo os trabalhadores, que são aqueles que conhecem profundamente as situações de trabalho e podem contribuir de maneira grandiosa para a construção de estudos de qualidade.
Fonte: http://www.topergonomia.com.br/
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