29 abril 2009

Como se prevenir da gripe suína em viagens a locais de risco

Um conselho básico para quem deseja se prevenir da doença é evitar viagens a destinos em que já foram detectados casos de pessoas contaminadas pela gripe suína. Mas às vezes não há escolha: o deslocamento é obrigatório. Nessa situação, o infectologista e professor de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Paulo Olzon, dá algumas dicas.

Se uma pessoa precisa viajar a países como México e Estados Unidos, onde cresce o número de pessoas contaminadas, a primeira medida é procurar saber se a cidade-destino registra casos da doença. "Em capitais, onde o risco é maior, a rotina de viagem deve ser diferente. Toda aglomeração precisa ser evitada, como usar meios de transporte coletivos, ir a shows ou visitar museus. O ideal é se manter o mais isolado possível", diz Olzon.

De acordo com o infectologista, não há vacina ou tratamento para a doença, e a eficiência de máscaras cirúrgicas não é comprovada. "Todos estão usando máscaras como se fosse a salvação. Mas não é bem assim. Como o vírus se transmite pelo ar, a proteção é relativa". Ele alerta que, ao ser detectado algum sintoma da doença fora do Brasil, a pessoa deve procurar imediatamente os serviços de saúde locais. Caso note os sinais apenas ao retornar, deve-se recorrer rapidamente aos serviços de referência, como o Hospital Emílio Ribas, em São Paulo.

Para Paulo Olzon, uma medida urgente a ser tomada pelas autoridades é o monitoramento das pessoas que vão ou chegam de lugares de risco. "Deve haver um controle ativo para evitar que a epidemia se espalhe pelo planeta. Em 1918, a gripe espanhola demorou três anos para atingir o mundo todo; em 1957, a gripe asiática virou pandemia em 10 meses. Mas, agora, com a rapidez permitida pelo transporte aéreo, a velocidade com que as doenças se alastram é ainda maior, mesmo com mais recursos para tratá-las."

Recomendações do Ministério da Saúde

Aos viajantes que se destinam às áreas afetadas:
- Evitar locais com aglomeração de pessoas;
- Evitar o contato direto com pessoas doentes;
- Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável;
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar;
- Evitar tocar olhos, nariz ou boca;
- Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal;
- Usar máscaras cirúrgicas descartáveis durante toda a permanência em áreas afetadas e substituí-las sempre que necessário;
- Em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar história de contato com doentes e roteiro de viagens recentes às áreas afetadas;
- Não usar medicamentos sem orientação médica.

Aos viajantes procedentes das áreas afetadas que apresentam sintomas da doença:
- Procurar assistência médica na unidade de saúde mais próxima;
- Informar ao profissional de saúde o seu roteiro de viagem.

Medidas tomadas pelo governo brasileiro

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta segunda-feira que em breve os viajantes procedentes das áreas afetadas pela gripe suína receberão, ao desembarcar, um folder educativo com informações sobre sintomas, medidas de proteção e higiene e orientações para procurar assistência médica.

Segundo a Agência, os passageiros também serão alertados sobre a doença durante os voos, por meio de um informe sonoro. Se houver suspeitos casos da gripe suína no avião, funcionários da Anvisa encaminharão um médico ao local para evitar que o passageiro tenha contato com outras pessoas no aeroporto.

Segundo o site do Ministério da Saúde, “todas as Secretarias Estaduais de Saúde foram acionadas para intensificar o processo de monitoramento e detecção oportuna de casos suspeitos de doenças respiratórias agudas”. Também de acordo com o site, cada uma das Secretarias possui o Plano de preparação para enfrentamento de pandemia, o qual estabelece as diretrizes e as ações dos governos para enfrentar essas emergências de saúde pública.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia-saude/como-se-prevenir-gripe-suina-viagens-locais-risco-466668.shtml

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